ATA DA CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 1º-11-2012.

 


Ao primeiro dia do mês de novembro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Freitas, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. A MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/12 (Processo nº 1971/12), de autoria da vereadora Fernanda Melchionna e do vereador Pedro Ruas. Após, foram apregoados os Ofícios nos 911 e 920/12, do senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei do Executivo nº 044/12 (Processo nº 2388/12) e Veto Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 037/12 (Processo nº 1989/12). Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 2464/12, do senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Filial GIDUR/PO – Caixa Econômica Federal. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima Nona, Nonagésima, Nonagésima Primeira, Nonagésima Segunda, Nonagésima Terceira, Nonagésima Quarta, Nonagésima Quinta e Nonagésima Sexta Sessões Ordinárias, da Décima Oitava Sessão Extraordinária e da Trigésima, Trigésima Primeira, Trigésima Segunda, Trigésima Terceira, Trigésima Quarta, Trigésima Quinta, Trigésima Sexta, Trigésima Sétima, Trigésima Oitava, Trigésima Nona, Quadragésima, Quadragésima Primeira, Quadragésima Segunda, Quadragésima Terceira e Quadragésima Quarta Sessões Solenes. Em continuidade, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, em Porto Alegre: nº 058/12, de autoria do vereador Carlos Todeschini, no dia trinta de outubro do corrente, na inauguração dos novos estúdios e cenários da Fundação Cultural Piratini – Rádio e Televisão –, às quatorze horas e quinze minutos; e nº 029/12, de autoria do vereador João Carlos Nedel, no dia de ontem, no Grande Expediente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul em homenagem ao quadragésimo terceiro aniversário do 3º Batalhão de Polícia do Exército, às quatorze horas, no Plenário 30 de Setembro do Palácio Farroupilha. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 04, de autoria do vereador Airto Ferronato, e 12, de autoria do vereador Tarciso Flecha Negra, ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/12 (Processo nº 2272/12). Em prosseguimento, foram apregoadas as seguintes Emendas, de Iniciativa Popular, ao Projeto de Lei do Executivo nº 043/12: nos 05, de autoria da Sociedade Comunitária Herofilo de Azambuja, da AMENI e da Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores; 06, 07 e 10, de autoria da Associação Comunitária do Parque Ararigbóia, da Associação dos Amigos do Ginásio Tesourinha e do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões/RS; 08, de autoria da Associação Comunitária do Parque Ararigbóia, da Associação dos Amigos do Ginásio Tesourinha, do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões/RS e do Centro Cultural Cia. de Arte; 09, 13 e 15 de autoria da Associação Comunitária do Parque Ararigbóia, do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões/RS, do Centro Cultural Cia. de Arte e da Casa do Artista Rio Grandense; 11, de autoria da Associação Comunitária dos Moradores do Jardim Camaquã, da Associação dos Moradores do Loteamento Cristiano Kraemer 1078 e seus Logradouros; da AMLOCK, da Comissão dos Moradores Aberta dos Morros e da Associação dos Moradores do Grande Campo Novo; 14, de autoria da Sociedade dos Amigos do Jardim Ingá, da Associação Comunitária do Parque Ararigbóia e da Associação dos Amigos do Ginásio Tesourinha; 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 26, 38 e 39, de autoria da Associação Comunitária Belém Velho, da AMENI e da Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores; 25, de autoria da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Planetário, da Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxia Dominante e da Associação Comunitária Belém Velho; 27, 28, 29, 30 e 31 de autoria da Associação Comunitária Belém Velho, da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Planetário e da Associação Comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores; 32 e 33, da Associação Nacional da Família Taxista, da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase e do Sindicato dos Empregados de Transportes Rodoviário de Carga Seca do Estado do Rio Grande do Sul; e 34, 35, 36 e 37, de autoria da Associação Comunitária Amigos e mOradores da Cidade Baixa e Arredores, da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Planetário, da AMENI e da Associação Comunitária Belém Velho. Também, foram apregoados Requerimentos de autoria do vereador Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde nos dias vinte e nove e trinta e um de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna, em tempo cedido pelo vereador Pedro Ruas, e o vereador Kevin Krieger. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Dr. Goulart, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Sofia Cavedon, João Antonio Dib e Dr. Raul Torelly. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Dr. Goulart, em tempo cedido pelo vereador Luciano Marcantônio, e Kevin Krieger. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Mauro Pinheiro, Vice-Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o vereador Engenheiro Comassetto, do dia vinte e nove de outubro do corrente ao dia de hoje. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 4ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 043/12, discutido pela vereadora Sofia Cavedon. Às quinze horas e quarenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Haroldo de Souza e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente, por estar como Prefeito em exercício. O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde a todos e todas, eu queria falar sobre uma das poucas prerrogativas que nos ajudam, muitas vezes, a responder determinadas demandas do povo. O Pedido de Informações e o Pedido de Providências são as prerrogativas que nos ajudam a trazer informações sobre obras, sobre lotação, sobre casos e funcionamento de projetos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. E eu estou absolutamente chocada com o desrespeito com que a Prefeitura tem tratado este Parlamento. Já são mais de quatro Pedidos de Informações desta Vereadora que não obtêm retorno, que foram reenviados pelo Protocolo. Começo com o caso da Unimed, dos funcionários da PROCEMPA que teriam convênio com a Unimed, trazido a esta Câmara pelo Ver. Mauro Pinheiro. Depois, o caso grave da Vila Asa Branca, em que tem uma obra de saneamento do DEP estimada em R$ 11 milhões, Ver. Carlos Todeschini, a quem agradeço a atenção – R$ 11 milhões! –, cujo término estava previsto para 2010; nós estamos em 2012. Quando eu estive lá, vi todo o impacto da obra: malfeita, buracos abertos, tudo registrado em fotos no meu celular. Esse Pedido de Informações foi feito em agosto de 2012. Nós estamos no primeiro dia do mês de novembro, e a Prefeitura sequer mandou resposta. Foi reenviado pelo Protocolo, e a Prefeitura, mais uma vez, não enviou resposta sobre esse tema importante.

Segundo, a questão das pistas de skate, sobre o que fizemos um Pedido de Informações. Inclusive, recebi ligação do Secretário Municipal da Juventude falando a respeito das pistas de skate a partir da motivação do nosso Pedido de Informações, mas não veio formalizada, não veio por escrito para que pudéssemos mostrar para o povo do centro da Cidade que reivindica a pista de skate a resposta da Prefeitura.

Então, me parece que, primeiro, há um desrespeito com a Câmara Municipal independente de Bancada ou de Partido, um desrespeito com uma das prerrogativas desta Câmara diante da Prefeitura Municipal de retornar aos Vereadores e às Vereadoras tanto as informações... Porque os Pedidos de Informações garantem que os Vereadores possam repassar informações e, muitas vezes, motivar a sua intervenção a partir daquilo que é respondido pela Prefeitura Municipal.

Agora, sobre os Pedidos de Providências. Já estou cansada de receber como resposta “estamos providenciando”, e nunca é providenciado! Esta Câmara tem que exigir maior seriedade por parte da Prefeitura, maior respeito às Bancadas, maior respeito ao povo de Porto Alegre, porque o que acontece conosco acontece triplamente com o povo. Estive no programa do Gustavo Victorino sobre um caso, Ver. Toni Proença, da SMOV. Como advogado, como cidadão, requereu um laudo de quem havia autorizado um muro altamente perigoso perto de sua moradia. Foi recebido pelo Secretário, à época, Cássio Trogildo, que disse que a informação seria dada. Eles estão esperando há um ano pela informação, uma informação pequena, uma informação que basta uma pesquisa nos processos para responder à população. Basta uma pesquisa nos processos para que haja resposta para a população em relação a esse muro!

Termino com o meu quarto Pedido de Informações, que também não foi respondido. Esta Vereadora pediu uma reunião, estivemos lá falando com o Secretário Adjunto, que agora está na condição de interino, mas que, à época, era adjunto, em relação às denúncias sobre um bar que tinha uma chaminé que causou incêndio, Ver. João Antonio Dib, causou incêndio a chaminé do bar e colocou em risco os vizinhos! Nós fizemos um Pedido de Informações perguntando quem teria autorizado a construção dessa chaminé e com quais condições técnicas e de segurança para a população. Fomos recebidos, disseram que a resposta seria enviada, que logo estaria à nossa disposição. Estou esperando até hoje, faz mais de seis meses! Então, eu gostaria de lamentar profundamente o desrespeito da Prefeitura com esta Câmara Municipal e registrar que é necessário que haja um movimento amplo de direito à informação. A sociedade avançou, hoje existe uma lei de acesso à informação pública. E, se a Prefeitura sequer responde aos Pedidos de Informações e aos Pedidos de Providências desta Casa, o que dirá ao povo que tenta buscar os seus direitos, conquistados pela cidadania e pela democracia brasileiras. Muitas vezes, espera meses pelos retornos necessários.

 

(Não revisado pela oradora.).

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Meu querido Presidente Haroldo de Souza, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; ainda no início dos anos 2000, eu, preocupado com o carnaval de Porto Alegre, arte popular que muito me encanta, pedi uma comissão externa para resolver o problema do desfile, uma vez que não era raro encontrarmos, no caminho entre a Restinga e o Centro, entre o Morro Santana e o Centro, carros alegóricos inteiros no meio do caminho, ou pedaço de carros alegóricos, isso era comum encontrarmos. Era grande a dificuldade que o povo do carnaval tinha de fazer enormes alegorias e transportá-las para o Centro da Cidade. Pedi uma comissão, o que foi atendido, fui Presidente dessa comissão, e resolvemos que uma área no Porto Seco se adequava muito ao que precisávamos. Galpões enormes, onde poderiam trabalhar o ano inteiro – e trabalham; alegorias imensas, lindíssimas, semelhantes às de São Paulo e Rio de Janeiro, o que melhora a possibilidade do turismo aqui, nesta parte sul do mundo. Embora algumas restrições, alguns carnavalescos acham que é muito distante, mas vocês sabem que, num futuro muito próximo, nada será longe. Há centenas de anos, os portões da Cidade eram na Santa Casa. O Sanatório Belém, que tratava a tuberculose, era muito longe, no Partenon, muito longe, fora da Cidade. Isso é a Cidade, ela vai crescendo e vai se tornando uma coisa compacta e única, e o que era distância passa a não ter importância. Eu sempre fui e sou a favor do Porto Seco, do carnaval. Que haja dificuldades para que se façam as caríssimas arquibancadas, a pista cara, toda a infraestrutura cara eu até aceito. Mas alguém tem que avisar ao meu querido Prefeito Fortunati que o Porto Seco, o cartão da festa popular, não pode ficar no abandono em que se encontra: lugar de encontros espúrios, inclusive, com exploração do lenocínio envolvendo menores em seus arredores, lugar de assaltos, lugar de abandono, lugar de pichação, lugar de roubo de aparelhos sanitários, de fios. É necessária uma polícia lá constante, e, se não houver polícia, é necessário um guardião que cuide, porque aquilo é nosso, é do povo. Embora algumas pessoas não gostem do sambódromo, tem muita gente que gosta, e é muito boa a área do sambódromo, da Pista de Eventos do Porto Seco. Eu já anunciei, e já fiz pedidos num passado recente, para que se cuidasse daquilo que poderá ser uma pérola do nosso turismo e é uma pérola, é uma joia da cultura popular. Precisamos cuidar do Porto Seco, trabalhamos muito naquela comissão, e o relator foi o próprio Prefeito querido, o meu querido Prefeito foi o relator, e eu imagino que ele não esteja sabendo do abandono em que se encontra o Porto Seco. Está saindo em tudo que é jornal aí, está saindo em tudo que é jornal! Precisamos cuidar da cultura popular, do carnaval do Porto Seco, e preciso da ajuda de cada um dos Vereadores e Vereadoras, dos Presidentes, de todo o mundo que tiver opinião forte e de comando num plenário, para que a gente salve o Porto Seco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Apregoo as Emendas de nº 32 a nº 38 ao PLE nº 043/12, todas Emendas populares.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Haroldo de Souza, na presidência desta Casa, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero a atenção do meu prezadíssimo Ver. Dr. Goulart, que – precisa ser dito – não é um Vereador de oposição, é um Vereador da base do Governo.

O Dr. Ramalho, um dos fundadores do PDT, visita hoje esta Casa.

Ver. Dr. Goulart, não há como, com todo o respeito, construir um “elefante branco” para usar uma vez por ano, aquilo tem que ter vida permanente. É preciso pegar as estruturas do Porto Seco, que serve para o carnaval, mas é preciso aproveitar aquilo lá, durante o ano, para outras atividades, senão até a segurança, a estrutura será muito cara! E eu não vou defender o Sr. Fortunati, não! Não vou defender, nem vou criticar, sabem por quê? Porque isso já vem de muito tempo, de outros Prefeitos. Precisa ter visão, precisa enxergar, precisa ser um pouquinho inteligente. Isso já vem de muito tempo, como tantas outras coisas desta Cidade. Então, eu quero elogiá-lo por fazer essa crítica, agora, esse é um assunto de outros Prefeitos também, como há outros tantos assuntos aqui nesta Cidade que precisamos enfrentar, não há dúvida disso. Como estamos, agora, com a possibilidade de enfrentar um Projeto do Governo aqui que trata dos prédios antigos do Centro de Porto Alegre, como aquele lá da Rua Marechal Floriano Peixoto, nº 11, e de tantos outros da Cidade. Agora parece que sinalizam com um projeto que a gente ainda não analisou profundamente para saber se esse é o melhor caminho.

Quando se cria uma lei, tem que haver penalidade, senão é uma lei inócua; tem que haver tempo para cumprimento e tem que haver penalidade para quem não cumprir.

Voltarei ao assunto que estou trazendo há 15 dias, eu quero fazer esta provocação novamente: por que não é aproveitado o aeroporto da Base Aérea de Canoas para servir também à população de um modo geral? Por que não é feito o uso compartilhado da pista do Aeroporto da Base Aérea de Canoas, como é feito em outras capitais brasileiras? A pista do Aeroporto de Canoas é uma pista que está pronta para voos de grandes aeronaves, voos internacionais, voos de cargas. E nós estamos falando em ampliar o Aeroporto Salgado Filho. Fala-se em levantar a pista do Aeroporto para atender a requisitos da legislação internacional, porque as obras, os prédios construídos no entorno já estavam lá quando construíram o Aeroporto, quando fizeram a sua ampliação. Agora, fala-se, então, que vão levantar a pista para atender a esses requisitos da lei internacional. Nós temos aqui, em Canoas, a pista do Aeroporto da Base Aérea com saída para a BR-116, RS-118 e a BR-290, podendo desafogar todo aquela possibilidade de muito tráfego que vai ocorrer, cedo ou tarde – mais do que já vem ocorrendo –, com o Aeroporto Salgado Filho. Na Base Aérea de Canoas há possibilidade, inclusive, de ser construída mais de uma pista, o que não tem no Salgado Filho, havendo apenas a necessidade de se fazer um terminal para passageiros, o resto está pronto.

Essas coisas a gente não entende, eu dificilmente falo aqui de assuntos que envolvem Governo Federal e Governo Estadual, porque digo que eu sou Vereador da cidade de Porto Alegre, não do Estado, nem do Brasil, para isso há Deputado Federal e Estadual. Mas, infelizmente, os nossos Parlamentares são muito vagarosos em todos os Partidos. Muito vagarosos! Em outros estados a gente vê grandes conquistas, aqui é só uma discussãozinha regional e fica por aí. Eu quero fazer esse desafio, critiquem-me com fundamento, até porque – antes que alguém comente – a única dificuldade que se teria seria com os aviões F-5, que precisam de uma condição toda especial. Em Santa Maria, o Aeroporto está pronto para absorver os aviões F-5, as outras aeronaves da Aeronáutica poderão ficar ali. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Vereadores e Vereadoras, é com muita preocupação que nós estamos vendo alguns acontecimentos chegarem a esta Casa ou povoarem as páginas da imprensa; vou citar, aqui, dois. Primeiro, o Governo anuncia a criação de mais uma Secretaria, quer fazer, da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana, duas secretarias. Até agora, a Secretaria de Segurança Urbana não produziu absolutamente nada: zero; e o Governo anuncia a divisão em mais outra secretaria – certamente, mais um cabide de emprego que será criado no Município. Não dá para admitir! A Lei das áreas integradas está aprovada há quatro anos, e até agora nada foi feito para que seja implantada. A Segurança, que tem a Guarda autorizada para andar armada, não fez absolutamente nem um serviço, nem um trabalho comunitário. E perguntem para as pessoas como anda a segurança de Porto Alegre. Aquilo que cabe ao Município, as obrigações, aquilo que está na Lei das AEIS, absolutamente nada foi feito. E agora nós estamos vendo o anúncio da fragmentação de uma Secretaria que não fez e não faz absolutamente nada, a não ser transporte de ônibus e micro-ônibus para cultos em outras cidades. Quem quiser fazer culto que faça, tem toda liberdade religiosa no Brasil, mas não com o dinheiro público e com os recursos da Secretaria, por ter um Secretário que não fez absolutamente nada até agora! Estão propondo agora a divisão, e certamente vão se criar mais 12, 15 ou 20 cargos, como em todas as Secretarias que são criadas tem acontecido.

Outra preocupação enorme, presente, é a questão do Projeto de Lei que está aqui em pauta, retirando as poucas obrigações que a SEDA tem na sua criação. Por que isso? Porque isso dá trabalho, porque isso estabelece competências e obrigações; e, depois de muitas discussões, depois de ter o nosso voto a favor em função das emendas apresentadas, o Governo manda aqui, fundamentado no art. 81, em Regime de Urgência, a votação do Projeto que quer retirar as obrigações da SEDA, que é uma Secretaria muito questionável. E eu estou falando isso porque eu tive um caso em que eu precisei vir à tribuna, várias vezes, para fazer um chamado e pedir a responsabilização da SEDA, porque a dona da casa de uma família amiga foi atacada pelo seu cão: a dona casa teve o couro cabeludo arrancado. A Secretaria não queria assumir a responsabilidade, e a família não poderia mais conviver com o animal por ser um animal agressor, feroz, descompensado. E nas atribuições da SEDA ficaram garantidos o recolhimento, a remoção, a apreensão, o alojamento, a guarda dos animais em espaço físico destinado à observação técnica, por prazo determinado, para animais agressores, mordedores, com alterações comportamentais e neurológicas, assim como promover o monitoramento da raiva urbana e outros. Agora vejam, senhoras e senhores, o Governo envia para cá um Projeto para retirar das obrigações, retirar da Lei aquilo que é uma esperança, pelo menos para muitas pessoas que não têm mais condições de conviver com seus animais com desvio de comportamento, por serem animais agressores. E aprovei, apoiei, votei a favor em função disso, e não como queria a primeira-dama, uma Secretaria para fazer política, uma Secretaria para aparecer. Não, para isso nós não precisamos de Secretaria, muito menos de dinheiro público, de orçamento, de veículos, de prédios e de pessoas para compô-la; nós precisamos alguém para dar resposta às demandas da sociedade. Por isso nós votamos a favor. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa-tarde, quero cumprimentar o nosso Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Vereadores e Vereadoras; Ver. Todeschini, eu o ouvi com muita atenção em relação à nossa Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana. Estamos realmente escutando que possa haver uma divisão entre direitos humanos e segurança urbana. Acho que é uma discussão muito interessante a ser feita: o quanto vale a pena essa divisão, um investimento na área de Segurança e haver uma Secretaria só de Segurança no Município de Porto Alegre. V. Exa. acabou de falar na tribuna que nada foi feito na Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana. Quero relembrá-lo que eu fui Secretário dessa Secretaria, dessa Pasta tão importante, no período de 2005 a 2008. na gestão do Prefeito Fogaça, quando nós armamos a Guarda Municipal, entregamos o porte de arma para a Guarda Municipal – coisa que não havia sido feita em 16 anos. Isso foi feito no segundo ano de Governo. Nós colocamos a Guarda Municipal para atuar nos parques e nas praças da Cidade – na Redenção, no Marinha do Brasil, no Chico Mendes e no Parcão –, gerando segurança para os cidadãos que frequentam esses parques da Cidade. Isso também não tinha sido feito ainda. Nós entregamos diversos veículos novos para a Guarda Municipal, e – digo e reconheço – em grande parceria com o Governo Federal, com o Ministério da Justiça. Fizemos uma grande parceria, entregamos novas motos, novos carros e fizemos as coisas acontecerem nessa Secretaria. Construímos o Estúdio Multimeios na Restinga, onde atendem-se crianças, adolescentes e jovens, com uma parceria com a PROCEMPA, que coordena o Cibernarium, que qualifica de crianças a idosos na área de informática. Temos estúdios de filmagens para os adolescentes; temos estúdio de gravação de CDs para os jovens que têm a sua banda e não tinham onde exercer a atividade. Isso tudo dentro da Restinga, Ver. Todeschini!

Então, muitas coisas foram feitas, assim como foi dada continuidade ao que foi feito no tempo em que eu ainda era Secretário, de 2005 a 2008, como o Fórum de Segurança em todas as regiões da Cidade, que hoje está em pleno funcionamento; como também o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, que foi criado ainda na época do Partido dos Trabalhadores, que foi reformulado e reforçado na nossa gestão. Eu acho que é importante a gente relembrar esses fatos. Se nós temos problemas, vamos discutir e vamos em frente, mas não podemos dizer que nada foi feito!

Eu estava falando com a Ver.ª Sofia que chegaram ao meu gabinete algumas denúncias – e a gente precisa verificar se são realidade ou não – de que a Casa da Juventude, que foi agora feita pelo Governo Tarso Genro, não está funcionando na Vila Gaúcha. Aquele espaço, que era para o turno inverso escolar para adolescentes e jovens, parece que não está funcionado na Vila Gaúcha. E, diga-se de passagem, quando eu era Presidente da Fundação, não houve uma articulação do Governo do Estado junto à Prefeitura de Porto Alegre para sentarmos juntos e verificar se, na Vila Gaúcha, realmente era necessário aquele atendimento ou se o Município já tinha o Sase – o trabalho educativo – e o ProJovem Adolescente – mais uma vez, faço questão de colocar: diferentemente do Governo Federal, que sempre é muito parceiro na busca, no entendimento e nas parcerias. Ontem nós formamos centenas de jovens no Protejo, que é um Programa do Governo Federal em parceria com a Fundação, onde houve diversas oficinas de cidadania. Nós estivemos lá, a Delegacia Regional do Trabalho lotada de jovens que estavam se formando, depois de um ano, jovens que já tinham cometido algum tipo de ato infracional, e o Governo Federal e o Municipal trabalharam juntos nos Territórios da Paz da Lomba do Pinheiro, da Restinga, da Cruzeiro e da Bom Jesus; trabalhamos em conjunto com centenas de jovens.

Peço a V. Exa. e à Ver.ª Sofia para fazermos uma articulação com o Governo do Estado para trabalharmos juntos o RS na Paz, um projeto que está vindo do Governo do Estado; que consigamos nos sentar juntos, independentemente de questões políticas partidárias. Nós temos que nos sentar juntos para essa construção ser feita coletivamente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Haroldo de Souza; falo em nome da oposição, Ver.ª Fernanda, e sei que é um tema que lhe interessa também. Ontem tomei conhecimento do Veto Parcial à Lei de Diretrizes Orçamentárias – a LDO –, discutida e votada nesta Casa há duas semanas. Em 30 de outubro, assina o Sr. Prefeito Municipal, vetando completamente as emendas aprovadas, com exceção da Emenda de Relator. Todas as discussões e construções que fizemos na Lei de Diretrizes Orçamentárias nesta Casa foram rejeitadas pelo Prefeito José Fortunati, com emendas de minha autoria, emendas de autoria da Bancada do PSOL e não recordo se de outros Vereadores. Mas gostaria de relembrar V. Exas. dos debates e das construções que fizemos aqui, por mais que não estivesse este plenário completamente cheio. Nós discutimos com a presença de ativistas da área do Esporte e Lazer, com a presença de representantes da comunidade, não só dos professores da área do Esporte e Lazer, pois essa Secretaria recebeu uma redução brutal de recursos nos últimos oito anos, uma Secretaria que tem a responsabilidade da manutenção de centros comunitários, que tem problemas seriíssimos para fazer essa manutenção, que tem elementos: Cecopam, Cegeb, Cecoflor. Praticamente todos centros comunitários que têm ginásio de esportes estão com problemas de manutenção, estão com problemas no telhado, água entrando nos ginásios, problemas seriíssimos. Visitei o Cecopam, visitei vários centros no período de campanha e no período anterior. Estamos com salas de atividades múltiplas completamente precarizadas; o “Ballet para Todos”, que funciona na Restinga, usa uma sala onde não podem ser dadas aulas quando chove, as crianças se machucam porque os parquês levantam, os vidros estão quebrados e fica muito frio no inverno. Essa é a condição. O Cegeb, aqui na Medianeira, não terá uso das piscinas no verão, não estão abertas por falta de recursos para manutenção.

Aprovamos uma diretriz que amplia recursos para Esporte, e o Prefeito Municipal vetou. Ampliamos uma diretriz que amplia recursos para a Cultura. A Cultura, da mesma maneira que a Esportes, cedeu recursos para outras áreas. Duas áreas estratégicas, vinculadas ao próximo período de Porto Alegre, que irá receber a Copa do Mundo, e o próximo período do País, que irá receber as Olimpíadas. Todas as cidades deveriam estar sintonizadas com a oportunidade dos esportes no desenvolvimento dos nossos talentos; no entanto, Porto Alegre faz o caminho inverso. Na Cultura, de 2,5% das receitas líquidas, contamos com menos de 1%. Discutimos, ampliamos esse recurso com uma diretriz orçamentária, e o Prefeito disse não. Na nossa discussão na audiência pública, com a presença dos cidadãos e cidadãs, deram-se exemplos. No caso da cultura, exemplifico: no Teatro Renascença, caiu uma barra que segura as luminárias que dão luz nos espetáculos, uma barra que pesa, segundo o técnico, 270 quilos. Não houve acidente fatal por sorte. Aconteceu a mesma coisa no Teatro Túlio Piva. Não temos mais descentralização da Cultura, ou quase nada, estão vinculadas ao Porto Alegre Em Cena.

Eu poderia seguir enumerando razões pelas quais fizemos uma série de emendas, sendo que o Prefeito veta todas, todas! Nenhuma permeabilidade do Executivo Municipal com o que a cidade grita e com o que esta Câmara aprova e discute. Portanto, em nome da oposição, o nosso protesto, a nossa indignação. Combateremos e faremos um apelo ao conjunto dos Vereadores para derrotarmos os Vetos do Sr. Prefeito em áreas estratégicas que a Cidade já avisou que não estão bem.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Haroldo Joaquim de Souza; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; meus senhores e minhas senhoras; é interessante participar das reuniões neste plenário e ouvir os oradores. Tomei conhecimento, através da nobre Ver.ª Sofia Cavedon, que o Prefeito, de forma correta – de forma correta, segundo o entendimento deste Vereador –, vetou as Emendas aqui aprovadas, com exceção da Emenda de Relator, que fui eu, porque, na verdade, apenas acertei a redação, não mudei, não propus coisa nenhuma. Mas não foi só o Prefeito que rejeitou e vetou, portanto, as Emendas da Ver.ª Sofia Cavedon, em número de sete, da Bancada do PSOL, também em número de sete, e uma 15ª Emenda, do Ver. Beto Moesch, que aceitou o fato de ter sido rejeitada por unanimidade na Comissão de Finanças. Acho que a Comissão de Finanças está aí para equacionar, opinar e dar o seu ponto de vista, que foi aprovado. Então, não foi só o Prefeito que vetou as Emendas: a Comissão de Finanças também.

Entendo algumas dificuldades que enfrentamos na Casa. Ontem, não houve quórum para a abertura da Sessão – não foi para a abertura da Ordem do Dia, foi para a abertura da Sessão, o que é profundamente lamentável, não é assim que se diz? Profundamente lamentável, não houve quórum! No caso da Lei de Diretrizes Orçamentárias, foi algo profundamente triste, muito triste mesmo! A Lei de Diretrizes Orçamentárias deveria ser sancionada até o dia 10 de outubro; portanto, tínhamos uma lição de casa para cumprir e não cumprimos. No dia 3 de outubro, pedi que votássemos a Lei de Diretrizes Orçamentárias, pois o prazo era até o dia 10. Não, não votamos no dia 3, não votamos no dia 4, e foi para o dia 10. No dia 10, foi uma coleção de discursos e ficou-se votando e discutindo cada Emenda, com exceção da Ver.ª Fernanda Melchionna, que entendeu que poderiam ser votadas três ou quatro emendas em bloco e concordou com aquela rejeição. Mas nós entregamos à Prefeitura a Redação Final, que deveria ter sido sancionada naquele dia e publicada no Diário Oficial. Eu, honestamente, não sei a que horas nós a entregamos, mas eu posso afirmar que eu saí deste Plenário, juntamente com o Ver. Freitas e com o Ver. Nedel, às 19h32min, e a Diretoria Legislativa, o Sandro e o Luiz Afonso, ficou ainda complementando os dados da Redação Final, que foi assinada pelos três Vereadores, página por página. Agora, estamos discutindo a Lei Orçamentária, que deveria ter sido encerrada segunda-feira. Vamos ver se hoje se encerra. Mas, no dia 10, provavelmente em torno das 21h, não sei se nesse horário tinha gente lá na Prefeitura para recebê-la, mas claro que ela teria que ter sido sancionada e publicada naquele dia, mas não o foi. Dia 11 era quinta-feira; dia 12, feriado nacional; dia 13, sábado; dia 14, domingo; dia 15 de outubro, tinha que ter sido entregue a proposta orçamentária conforme a Lei Orgânica – que foi jurada ser cumprida por todos nós em 1º de janeiro de 2009, e o Prefeito também fez isso. Dia 15 de outubro, segunda-feira, às 14h, ela foi entregue. Aí, tem gente reclamando que as emendas não foram consideradas. Eu as mandei. Houve uma Audiência Pública, também não vi muitos Vereadores lá. Na verdade, compareceram três Vereadores, ficando ao final apenas a Ver.ª Sofia, e as notas taquigráficas foram enviadas para o Secretário Ilmo Wilges. Agora, o Prefeito fez o que tinha que fazer na base da Lei Orgânica. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá, que teve seu tempo cedido pelo Ver. Luciano Marcantônio.

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, primeiro eu quero agradecer ao Ver. Cassiá, que me deixou falar em Liderança e que agora me deixou falar novamente em Grande Expediente. Peço que ele explique ao Ver. Brasinha que há um assunto importante para se falar e que, por isso, não cedemos o tempo a ele.

Quando aconteceu um episódio, recentemente, na Saúde em Porto Alegre, em que, inadvertidamente, se fez um ponto facultativo num dia desnecessário, eu estive nesta tribuna e falei sobre o assunto, que Saúde não tem sábado, não tem domingo; é diferente de outros tipos de atividade, mas que o Prefeito provavelmente não tenha sido nem avisado e nem orientado do fato de que na Saúde teria esse ponto facultativo. É uma ação que nós, como Secretários, como assessores, temos que chamar atenção do Prefeito, porque o Prefeito dá conta de toda esta Cidade, e olha como ele deu conta bem, pois olha a votação que ele fez. Nós, da Secretaria da Saúde, da Secretaria da Habitação temos que avisar para ele o que vai acontecer. Para isso ele tem seus Secretários, para isso ele tem a gente que trabalha para ele.

Por que eu estou dizendo isso? Porque agora, quando falei a respeito do abandono da pista de eventos fora do carnaval - porque no carnaval ela é bem atendida, é uma das festas bem bonitas que temos aqui - pode ter ficado no ar que eu tenha colocado a culpa no Prefeito. Não! Eu sou fã do Prefeito. Gosto do jeito que o Prefeito trabalha, mas o Ver. Cassiá, meu Líder, me chamou atenção, dizendo que me daria o tempo para que eu me corrigisse, porque teria parecido que eu falei que seria culpa do Prefeito. Não! Eu até vou ter que corrigir. O Cassiá me disse que quem cuida dessa parte do Sambódromo – e eu sei disso – é a Secretaria da Cultura, que lá tem um belo Secretário, um dos homens mais intelectualizados de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, escritor de boa lauda, homem conhecedor profundo da cultura internacional e nacional, mas eu quero dizer que talvez a minha Bancada do PTB, a Bancada do Governo e o próprio Prefeito não hão de gostar de um Vereador que aplauda tudo, tudo, inclusive as coisas que não estão bem. Não pode. Não pode ser assim, nós temos que ter credibilidade na nossa palavra. Às vezes eu vejo uma pessoa se manifestando de um jeito aqui na tribuna e pensando de outro jeito, o que torna a coisa incompatível com aquele discurso, o que me deixa constrangido. Eu não posso ser desse jeito.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Dr. Goulart. Quero parabenizá-lo pelo tema que o senhor levanta, porque, além do carnaval, que é um dos maiores eventos no mundo – não só, hoje, da nossa Cidade, do nosso Estado, nem só do nosso País, mas do mundo –, a própria Cultura em si, Ver. Goulart, é esquecida. A questão Cultura foge dos temas políticos e dos Governos, não entra na pauta e no Orçamento, como se a Cultura não fizesse parte do desenvolvimento da sociedade, como se a Cultura não fosse prevenção. É, sim; a Cultura é prevenção. A Cultura faz parte da Educação, mas poucos Parlamentares sobem a uma tribuna para, sim, reivindicar, para, sim, buscar mais recursos para a Cultura ou, então, alertar o gestor ou os gestores para os equívocos que estão tendo com o seu dinheiro para o fim de investimento. O senhor coloca muito bem, Ver. Goulart, quando diz assim: “Não podemos só aplaudir as coisas boas, temos também que apontar as coisas ruins”. Nenhum dos 36 Vereadores, nenhum de nós aqui somos Vereadores de Governo: nós estamos aqui para defender a sociedade. Estamos aqui, primeiro, para defender a sociedade, por isso eu me junto ao senhor nesse tema. A Cultura tem que ser vista de uma forma diferente. Agora, esta Casa aqui tem o compromisso, tem a responsabilidade, sim, de ajudar o Governo a buscar mais recursos ou então colocar no Orçamento mais recursos para a Cultura. Parabéns pelo seu tema. Muito obrigado pelo aparte que o senhor me concede.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado, meu Líder, Ver. DJ Cassiá. É justamente isto; se, por acaso, a gente for ver qual o Orçamento da Cultura, Ver. Dib, veremos que é muito pequeno, é muito escasso, por mais que a imaginação do nosso poeta e escritor Sergius Gonzaga voe em busca de momentos agradáveis de Cultura, ele esbarra no problema do Orçamento, ele tem dificuldade no Orçamento. Nós, que somos envolvidos com a Cultura, Ver. Cassiá, com a cultura popular, que é a que menos dinheiro tem, temos que nos preocupar e chamar a atenção, sim!

Não estou criticando o Prefeito, o Prefeito é nota dez! Nota dez, não, é nota 65%. Eu estou chamando a atenção é para p fato de que eu não posso abrir o jornal, na hora do meu café matinal, e encontrar uma evidência do que eu já vinha vendo e prenunciando que poderia acontecer, que é o momento desagradável por que passa o Porto Seco.

Quero cumprimentar... Aí o pessoal pode imaginar que eu e o Ver. Cassiá estejamos combinados, mas não. O Ver. Cassiá vai ser Vereador daqui a pouco, porque muitos dos nossos Vereadores vão subir para uma Secretaria. Ele, certamente, voltará para esta Casa. Está na hora de apresentar o seu Projeto para o Porto Seco, que sugere que ele seja absorvido com ações culturais durante o ano inteiro. O simples fato de acontecerem shows, de acontecerem disputas esportivas, estudantis, paradas estudantis, paradas de Sete de Setembro, enfim, o simples fato de ter gente viva, caminhando em volta do Sambódromo, faz com que ele não fique abandonado, faz com que ele não seja maltratado, pichado e que não tenha a chegada das drogas, que nós não queremos e de certas profissões, pelas quais até temos um pouco de dificuldade de termos compaixão.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, é com muita alegria e com muita satisfação que vejo V. Exa. falar na tribuna, porque, realmente, o senhor é um homem participativo, que exerce a cultura e exerce muito bem, o senhor tem participação na cultura de Porto Alegre, não de agora, mas de longo de tempo. Inclusive, V. Exa. já foi campeão no carnaval, com as suas músicas, com seus enredos. Quero dizer que, realmente, eu o admiro muito. Eu faço parte da cultura do futebol. Cada um tem um gosto, eu faço parte do mundo do futebol, porque acho agradável. Essa cultura do carnaval tem a ver com o futebol, sim. Basta citar que se nós cuidarmos os programas de televisão que colocam o cidadão, o atacante ou aquele que fez o gol, em ritmo de samba, o que está correto. Futebol não é nada mais, nada menos, que um bom samba do carnaval. Isso significa a alegria que temos, a alegria pela nossa cultura.

E eu engrandeço V. Exa., porque V. Exa. é um homem de todos os tempos, de todas as alegrias: V. Exa. é médico, é Vereador, é Secretário e carnavalesco. Quando vejo V. Exa. com esse talento todo, só sinto mais alegria e prazer em dizer que eu tenho muito orgulho de V. Exa. fazer parte do nosso PTB, da nossa Cidade, do nosso convívio. V. Exa. é um homem talentoso. E, certamente, chegará aonde quiser. Obrigado.

 

O SR. DR. GOULART: Obrigado, Ver. Brasinha, e tomara que a emoção não me traia depois dessas palavras bonitas, que eu não mereço, que V. Exa. me dedicou.

Vossa Excelência, nestes últimos anos, cresceu muito, afinou muito o discurso, adicionou palavras ao seu léxico; V. Exa. é que tem talento, um homem que veio, verdadeiramente, do povo, e que é comprometido com a outra parte da cultura, porque o esporte, no Brasil, é cultura.

Então, agradeço pelas palavras, estou sensibilizado, emocionado, pelo que V. Exa. diz, e estou lhe devendo um tempo para que V. Exa. possa falar a respeito das suas posições em outro momento, porque, hoje, eu precisava esclarecer que a crítica não é contra o Prefeito. O Prefeito tem muita coisa a fazer. Nós que cuidamos da frente, nós que estamos dentro das vilas, nós que estamos dentro das ruas, nós que estamos dentro das praças, nos locais onde a cultura acontece, onde acontece a verdadeira política, é que temos que cuidar do que está acontecendo ao nosso redor.

Por exemplo, o turno inverso, que eu ouço falar tanto, que é o fato de os nossos alunos terem dois momentos de cuidado na educação, como o Kevin Krieger falou aqui... o Sambódromo pode ser usado num turno para a nossa gente ter oficinas, para os nossos moços aprenderem a bater tambor, a tocar outros instrumentos, a fazer um esplendor para o desfile do carnaval, para aprender a costurar, a fazer as fantasias. Porque além de estarem entrando dentro da cultura, fazendo a cultura acontecer, eles estão formando uma profissão, estarão preparados para ter um emprego e renda. E, no outro turno, eles vão para o seu colégio aprender a estudar, e aprender os seus afazeres.

Como as escolas de dois turnos não estão acontecendo, como foi pensado por Leonel Brizola, lá no Rio de Janeiro, e se teve, timidamente, aqui um trabalho com Alceu Collares, depois o próprio Collor de Mello fez os CIEMs em São Paulo, que a gente, então, ajude a Cultura, já que não pode estar, neste momento, a escola de tempo integral, onde isso vai acontecer, que a gente use o Sambódromo com os seus pensamentos, Ver. Cassiá; com a sua expertise, Ver. Kevin Krieger; com a sua vontade, Ver. Márcio Bins Ely, para que a gente possa ter, então, gente trabalhando e estudando. A Coreia do Sul deu exemplos recentes do que o trabalho de acúmulo de orçamento e de atenção com a educação pode fazer, pois ainda na nossa época, um local como a Coreia do Sul, abandonado – não como a Coreia do Norte, que era e é pior –, conseguiu desenvolver uma cultura, um momento cultural muito adequado e muito bom para a sua gente. E se, por acaso, houver cultura, educação, se a saúde for também cuidada neste meio tempo, o nosso povo terá só felicidade. E eu gostei da frase que V. Exa. disse, Ver. DJ Cassiá, que cultura é prevenção. Não é prevenção de câncer, mas é de droga; não é prevenção de infecções, mas previne porque ensina a lavar as mãos e se cuidar. Cultura e educação são a base, e unindo com uma saúde bem cuidada, fazem a nossa gente muito feliz. Viva o Porto Seco! Viva a atividade, como disseram os Vereadores que me antecederam, durante o ano inteiro! Viva Porto Alegre, a nossa capital querida!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Uma saudação especial ao Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a todos que nos assistem. Eu venho, especialmente, neste momento de Liderança do PMDB, num primeiro instante, fazer uma manifestação que muito me honra, de ter participado, ainda nesta semana, da sessão de autógrafos do lançamento do livro de nosso Senador Pedro Simon, dizendo da mudança de nosso País, através de um livro que edita e que, como sempre, teve um prestígio muito grande. Estivemos lá por mais de três horas, na sessão de autógrafos, onde o Senador trouxe para todos nós a questão da atuação do nosso Supremo Tribunal Federal, no livro que faço questão de mostrar aqui: O Momento Supremo do Brasil. Aqui está esmiuçado o Mensalão, a Ficha Limpa, independente de questões político-partidiárias. É uma nova visão do Brasil, é uma maneira nova, uma maneira mais responsável que se baseia na ética e na competência com as quais o Senador Pedro Simon nos brinda ao longo dos seus 60 anos de vida pública. Então, faço questão, inclusive, de ler a sua manifestação, que consta no final da obra, onde ele diz (Lê.): “É preciso perceber que o Brasil está passando, estou certo, por um dos mais importantes momentos de sua história. Não imaginava poder viver essa travessia, porque, ainda que a esperança seja incansável, ela também tem os seus momentos de incerteza. Tudo indicava, até aqui, que a impunidade continuaria moldando a corrupção ainda por muita estações. Mais invernos que primaveras. As primeiras flores nasceram com a Lei da Ficha Limpa... A Lei da Ficha Limpa é uma barreira contra a corrupção. O julgamento do Mensalão, um enorme salto contra a impunidade. Foi-se o tempo em que as gavetas do Ministério Público eram os destinos sombrios dos processos contra os malversadores do dinheiro público, acobertados pela poeira do foro privilegiado. São de ingrata memória os chamados engavetadores gerais da República e seus carimbos de prescrição, agentes maiores da impunidade. É, o julgamento do Mensalão mudou muita coisa. Das flores, os frutos. Primavera e Outono. Mudou para melhor, felizmente. Isso sim é um privilégio para todos nós, brasileiros. Senador Pedro Simon.” E é nesse sentido que eu trago esse meu pronunciamento, na expectativa de um País melhor, de uma política melhor, para que todos nós vivamos nas nossas comunidades, para que aquele dinheiro que realmente é investido na causa pública chegue lá no final, chegue na Saúde, chegue na Segurança, chegue na Educação, que são os três focos maiores da nossa atuação enquanto entes públicos. Também gostaria de registrar o meu elogio à UPA da Zona Norte. Participei muito tempo aqui na Casa, trouxe essa motivação para cá. Ela foi inaugurada agora, passou por um período de remodelação, mas já está dando seus frutos. Já a Emergência do Conceição, que era um terror, já está com seus dias muito melhores, as pessoas já têm uma tranquilidade e um conforto melhor na atenção à sua saúde. Assim também participei agora de uma reunião sobre segurança pública no bairro Petrópolis e quero elogiar a nossa Brigada Militar que fez, também ali, uma parceria comunitária, na Praça Nações Unidas. E todos nós acompanhamos o desgaste e os traumatismos que ali já aconteceram. Então quero deixar uma mensagem positiva. Obrigado e saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Apregoo a Emenda Popular nº 39 ao PLE nº 043/12.

O Ver. Engenheiro Comassetto solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 29 de outubro de 2012 a 1º de novembro de 2012.

O Ver. Kevin Krieger está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa-tarde! Eu vou aproveitar, Ver. DJ Cassiá, toda a discussão que o senhor e o Ver. Dr. Goulart fizeram e vou falar um pouco também dessa questão que vocês estavam falando: o Porto Seco. Eu me somo ao esforço de vocês dois na questão que estão colocando. E mais uma lembrança, Dr. Goulart, nós estamos com diversas vilas e comunidades migrando para o Porto Seco, comunidades da Vila Dique, se eu não me engano, e outras comunidades que estão atrás do Porto Seco, e necessitando de espaços de atendimento no turno inverso escolar, de crianças, de adolescentes, de jovens. Realmente, nós temos que fazer algo para que o nosso Porto Seco seja aproveitado durante todo o ano, não somente no período carnavalesco, que é um período importantíssimo da cultura e importantíssimo para a nossa Cidade. Temos muito a ver com ele e gostamos muito, não é, Ver. Dr. Goulart e Ver. DJ Cassiá, entre outros parceiros desta Casa? Temos, sim, que fazer algo durante o ano inteiro.

Nós temos diversas atividades da Secretaria da Juventude, da Fundação de Assistência Social e Cidadania, da Secretaria Municipal de Educação, e nós temos que, juntos, fazer um trabalho e um esforço para, realmente, aproveitar aquelas instalações, o que é importante, porque, além de darmos o atendimento no turno inverso escolar, nós podemos, sim, como o senhor estava falando, Ver. Dr. Goulart, fazer um trabalho com os adolescentes acima de 16 anos para já ter uma renda com as fantasias, com as alegorias. Pode-se fazer um trabalho educativo, que é um trabalho que a Fundação tem, e, em parceria com a Associação Carnavalesca, fazer um trabalho capacitação e de qualificação, através da produção das fantasias, dos carros alegóricos, durante o ano inteiro, e isso vai deixar, inclusive, as escolas e o carnaval mais bonito. Nós já estaremos trabalhando, também, a questão da segurança, que é séria na nossa Cidade, e é um assunto que eu já estava tratando no meu período de Comunicações, porque nós vivemos um momento de insegurança no nosso Estado e na nossa Cidade. Tenho recebido diversos e-mails das comunidades, e tenho lido diversas vezes, na imprensa, matérias referentes ao que está acontecendo com a nossa Cidade, onde cada vez mais está aumentando a questão de furtos a carros, de roubos, de latrocínios e de homicídios. As nossas autoridades têm que tomar as providências, Ver. Dr. Raul. Eu o estava ouvindo, o senhor falava que chegou agora de uma reunião no Petrópolis referente à Praça Nações Unidas, e me lembrei muito bem quando a Inês, que era Presidente da Associação Conviver Melhor, esteve na Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana e fizemos um trabalho integrado com a Brigada Militar e com a Guarda Municipal, porque naquela praça era onde tinha o maior número de homicídios e assaltos à mão armada, e nós resolvemos aquela situação em poucos meses. Alguns anos depois, novamente, deixaram de dar continuidade ao trabalho que a Polícia Militar fez naquele espaço, que tinha acabado com todos os assaltos que aconteciam na Praça Nações Unidas, mas que, agora, voltaram com tudo, e novamente estão fazendo esse mesmo trabalho. Tomara que aquela praça tenha novamente a tranquilidade para os cidadãos poderem chegar à sua casa e sair de sua casa, como em todas as outras áreas da Cidade.

A Prefeitura de Porto Alegre vem fazendo este trabalho de Segurança Pública, sim, só que dentro das suas limitações e dentro do que pode ser feito, atendendo a criança, atendendo o adolescente no turno inverso escolar, trocando toda a iluminação pública na cidade de Porto Alegre. Isso é Segurança Pública. Precisamos melhorar os serviços das podas de árvores, o que também gera mais segurança. Mas isso já tem sido feito na cidade de Porto Alegre. Então, há muitas coisas. O próprio Centro Integrado de Comando, que o Prefeito Fortunati, na semana passada, inaugurou na cidade de Porto Alegre vai gerar, sim, mais integração entre as forças de Segurança Pública do Município e do Estado, sem falar na SAMU, na EPTC, entre outros tantos parceiros que vão trabalhar em conjunto e vão atender cada vez melhor a população de Porto Alegre.

Por isso, Ver. DJ Cassiá e Ver. Dr. Goulart, sou parceiro para estar ao lado de vocês nessa postura, nessa construção junto ao Prefeito Fortunati.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Kevin. É a segunda vez que venho ao microfone de apartes, até mesmo porque o tema não interessa só a mim: interessa, como o senhor coloca muito bem, a todos. E quero lhe dar os parabéns, é sempre sábio, como o foi na sua Secretaria, cuidando daqueles que mais precisam, e o seu tema aqui é exatamente esse. Então, é o que me faz vir aqui, pela segunda vez, neste microfone de apartes, e lhe agradeço pelo aparte concedido.

Ver. Kevin Krieger, o senhor coloca uma situação que é de extrema necessidade, quando o senhor fala que o jovem precisa ter oportunidade, mas quem tem que oferecer a oportunidade ao jovem são os gestores públicos. Esse é o dever do gestor público. E o senhor coloca a questão de o jovem fazer daquele local o local de uma profissão para si, profissionalizando-o. O Ver. Dr. Goulart colocou, também, muito bem, aqui, fazendo daquilo ali algumas oficinas, não só oficinas culturais, mas, sim, também oficinas profissionalizantes, como o senhor coloca. Tem-se como fazer isso? Tem-se. Há dinheiro para isso? Há. Há no Governo Municipal, a Prefeitura tem verba para isso? Não, mas o Governo Federal tem, sim; há dinheiro, há verba, no Governo Federal, para esses projetos. Basta existirem os projetos, basta ter conhecimento das necessidades da população e transformá-las em projetos sociais. Há dinheiro, há verba; faltam projetos – e o senhor coloca muito bem. Eu me junto a V. Exa., ao seu tema e à sua luta.

Muito obrigado, Ver. Kevin. Parabéns, mais uma vez, e lhe dou parabéns pelo trabalho que o senhor fez na Secretaria.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Obrigado, Ver. DJ Cassiá, grande parceiro da juventude, lutador pelos jovens, principalmente pelos jovens da periferia da cidade de Porto Alegre. É um grande parceiro, com quem muitas vezes me encontrei; sempre que estive à frente das Secretarias, fizemos juntos o trabalho, porque a nossa preocupação, realmente, é oportunidade para o jovem. Em relação a isso, muitas vezes, quando se fala que falta dinheiro... As próprias escolas de samba, que recebem o recurso do Município de Porto Alegre, dentro do carnaval, fazem as contratações e pagam as pessoas para produzirem as fantasias. Por que não pode ser contratado o jovem que já é daquela comunidade, que não vai gastar passagem para ir e vir e que mora ali, ao lado? Então, a gente consegue fazer diversas coisas em conjunto quando se tem vontade. Este Governo tem vontade – isso a gente sabe, sabe muito bem. E nós – brincando um pouquinho – temos que fazer o Prefeito Fortunati sair dos 65% e avançar. Ele mesmo reconheceu, na campanha, que há alguns pontos que precisamos melhorar. É isso que nós, Vereadores, tanto da situação quanto da oposição, precisamos fazer: enxergar onde precisamos melhorar e aqui fazer essa discussão para, cada vez mais, trazer benefícios para a nossa comunidade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Kevin, para mim é um motivo de alegria pedir um aparte para V. Exa. para dizer que, realmente, o Prefeito tem que aumentar, passar dos 65,22% para mais ainda. Isso foi uma demonstração da grandeza de Porto Alegre, do cidadão – da senhora, do senhor –, que foi lá, que está contente com o trabalho do Prefeito. Enquanto os outros “faziam, aconteciam”, falando das coisas... As pessoas reconhecem, o cidadão sabe quanto um Prefeito tem que trabalhar pela Cidade. Quero dizer que fico muito satisfeito com o que você está falando, porque, certamente, o Prefeito, quando chegar lá, estará com a aprovação, quem sabe, de 70%, 80%, porque é um Prefeito que está preocupado com a Cidade, está preocupado com as ruas, está preocupado com os bairros. O Prefeito é inovador! Não há, no mundo, Prefeito que tenha essa aprovação.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Sem dúvida nenhuma. Nós vimos que, de todas as Capitais do Brasil, o maior índice de aprovação de um Prefeito foi 65,22%. Mas temos que fazer mais e temos que avançar mais, como disse o Prefeito, durante toda a campanha, e agora é a hora de fazermos.

Então, hoje estamos discutindo um ponto que precisa ser feito, e nós temos a responsabilidade de fazer.

Precisamos pedir uma audiência com o Secretário Sergius, ir lá conversar com ele e vamos propor; vamos a Brasília, DJ Cassiá; vamos ao Ministério da Cultura, vamos ao Ministério da Justiça, que têm diversos programas e projetos para a área da juventude. Vamos buscar recursos, e, também dentro do Município ver os recursos da Secretaria da Juventude, da Fundação, da Educação, que possam ser aproveitados nesses espaços.

Queria também falar – Ver. Goulart, que foi um grande parceiro meu, da Fundação e das pessoas em situação de rua – que, no ano de 2011, produzimos o Plano Municipal de Enfrentamento da Situação de Rua Adulta, na expertise do que fizemos com a criança e com adolescente, praticamente erradicamos das ruas de Porto Alegre, mas temos ainda um grande desafio que é a população de rua adulta acima de 18 anos. No ano de 2011, de março a dezembro, construímos o Plano Municipal de Enfrentamento da Situação de Rua, e contamos com 13 Secretarias e o Prefeito. Um Plano que não tem nada de mais: tem simplicidade e eficácia. É disso que precisamos nessas horas: simplicidade e eficácia.

Junto com o Dr. Goulart no DEMHAB, quando foi Diretor, entregamos 40 habitações populares às pessoas que estavam nos abrigos da Prefeitura de Porto Alegre, que estavam há mais de um ano abrigados. Hoje estão morando nas suas residências, nas habitações populares do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Mais uma vez uma parceria, Ver. Todeschini, do Governo Municipal com o Governo Federal, para ver como as coisas dão certo quando há costura, quando há construção e há diálogo. Também fizemos várias outras ações. Saímos de uma equipe para nove equipes para abordagens às pessoas em situação de rua; abrimos nove Centros de Referência Especializados de Assistência Social; abrimos um Centro Pop, que é o centro da população de rua, o atendimento/dia para as pessoas que moram nas ruas da Cidade, para fazer higiene, para fazer um atendimento durante o dia, e é o lugar onde a gente tenta convencê-las para acessar um abrigo, porque tem mitos e tem dificuldades em relação à droga, em relação ao álcool e tantas outras.

Fico muito feliz que o Ver. Sebastião Melo, nosso Vice-Prefeito, esteja visitando as Secretarias, os Departamentos e as Fundações para conhecer de perto o trabalho. Ele esteve na Fundação esta semana, com o Secretário Seadi, e viu que a Fundação tem trabalhado para aprimorar sua gestão. Tem plano que está vindo para esta Casa para nós discutirmos e aprovarmos todo o reordenamento da Fundação, que precisa ser feito dentro do sistema único da assistência social, mas nós temos algumas dificuldades, Ver. DJ Cassiá e Ver. Brasinha. E aqui não é uma reclamação, muito pelo contrário, eu quero que vocês nos ajudem junto à Secretaria de Saúde. Dentro deste plano municipal de enfrentamento à situação de rua – está aqui combinado e assinado por todos os Secretários –, a gente está tendo uma dificuldade que eu sei que está sendo trabalhada internamente, mas que nós temos que colocar em ação que é o atendimento às pessoas em situação de rua que moram nas ruas da Restinga, mas não podem ser atendidos na Unidade da Restinga porque não têm endereço. Mas os CREASs, que são o atendimento, que fazem a abordagem... a Fundação já colocou o CREAS como o endereço dessas pessoas para elas poderem ser atendidas na comunidade, senão a Kombi que atende tem que trazer até o centro de Porto Alegre, o educador não fica na região, a Kombi não fica na região, e o atendimento não é na região. Por favor, nos ajudem nessa construção, o Secretário Casartelli sabe bem disso e já está trabalhando em cima disso, mas precisamos melhorar em relação a isso.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/10 minutos/com aparte)

 

4ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2272/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/12, que estima a receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2013. Com Emendas nos 01 a 03.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): PLE nº 043/12, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2013, com suas devidas Emendas já apregoadas.

A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Haroldo de Souza, Vereadores, Vereadoras, voltamos ao debate do Orçamento, é o último dia da discussão de Pauta. Sei que o Ver. Dib está preocupado, mas temos a clareza de que na quarta-feira, ontem... na verdade, quem não está comprometido, de fato, com esta discussão é a base do Governo, Ver. João Antonio Dib. A nossa Bancada, a Bancada de oposição, tem estudado o Orçamento, tem refletido sobre o Orçamento, tinha alguns dos nossos companheiros presentes ontem, mas nós achamos que o Governo Municipal, com a sua base, está pouco preocupado que o debate na Câmara de Vereadores seja um debate efetivo, e talvez isso esteja ancorado na arrogância com que a Prefeitura de Porto Alegre se comporta em relação ao Legislativo. Eu falo essa palavra não como uma crítica pessoal, mas como uma crítica política, Ver. Todeschini, porque todos os debates que fizemos nesta Casa sobre o Orçamento foram debates, nesses quatro anos, praticamente infrutíferos. E não foram debates incorporados apenas pelos Vereadores da oposição, os Vereadores da situação aqui propuseram Emendas, propuseram mudanças, tiveram algumas Emendas acolhidas em algum momento que nunca se efetivaram na vida real.

Eu espero que essa eleição em 1º turno, do Prefeito Fortunati não aumente essa arrogância no sentido de não respeitar a democracia, no sentido de não respeitar a diluição de poderes, que é fundamental e fundante, um dos pilares da construção democrática do Estado brasileiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Ver.ª Sofia, nós estamos discutindo, na Pauta Especial, a receita e a despesa do Município de Porto Alegre. É a isso que a senhora está se referindo? Por favor, ao tema.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Exatamente, Ver. Haroldo de Souza, talvez V. Exa. não estivesse tão atento, eu estou discutindo sobre as Emendas realizadas nos outros anos, Emendas de Vereadores de oposição e de situação ao Orçamento, muito poucas delas acolhidas pelo Governo Municipal, e as acolhidas não cumpridas. E estou fazendo o debate do Orçamento 2013, sim, porque este é um debate que pode ou não empoderar a Câmara de Vereadores, não substituindo o Orçamento Participativo de nenhuma maneira. Aqui eu levanto temas que estão conquistados pelo Orçamento Participativo, como escolas municipais, que são extremamente necessárias, e nós não temos garantida a construção dentro dos R$ 14 milhões ou R$ 15 milhões que estão previstos para investimento na Educação no próximo ano – são quatro escolas. Nós sabemos que são necessários R$ 4,5 milhões para a construção... São só escolas de Ensino Fundamental de que trato aqui agora. Quatro e meio para construir três ou quatro escolas que há alguns anos já foram conquistadas no OP. Não estou considerando todo o investimento que se tem que fazer em escolas infantis próprias, investimento em reformas, investimento em construção de novas salas, ginásios ou quadras, porque nós não temos como visualizar isso no Orçamento ora em debate. O que eu posso avaliar é o que ocorreu neste ano. A Prefeitura de Porto Alegre fez um acordo com os Conselheiros de cada Região, e nós não conseguimos ver contemplada a construção da escola da Quinta do Portal, por exemplo.

Eu perguntava ao Secretário Ilmo, na nossa Audiência Pública, Ver. Dib: estão contempladas as escolas? Perguntava na saída da Audiência, e ele não conseguiu me dar 100% de certeza, não conseguiu! E essa era uma das Emendas que nós discutimos nas diretrizes para reforçar, para fortalecer, para garantir que aquilo que o Orçamento Participativo discutiu, votou ou construiu, não no ano passado, mas no retrasado, em 2010, em 2009, Todeschini, tem demandas de 2008 de escolas públicas, como é o caso da Quinta do Portal, na Lomba do Pinheiro. A escola que atende àquela comunidade da Quinta do Portal, todas as crianças pegando um ônibus que é superlotado, Ver. Haroldo, as crianças são humilhadas, são amassadas, às vezes, o ônibus da Quinta do Portal não as pega na saída da Escola Estadual Eva Carminatti, não as pega inclusive! Ela passa às cinco e meia, como o ônibus é lotado, não abre a porta para as crianças. E as crianças, para irem para casa, aí caminham quilômetros; sem acostamento na Quinta do Portal, a maioria das ruas, aliás, acho que a totalidade das ruas sem asfalto, então, ou é um poeirão ou é um barro, um lodo, quem conhece a Quinta do Portal sabe, e lá tem 600 crianças e lá tem área conquistada pelo Orçamento Participativo para construir escola. Eu gostaria de ver, Ver. Dib, neste Orçamento, contemplada a construção da escola da Quinta do Portal. Não é possível se essa não for uma prioridade do OP contemplada no próximo Orçamento, porque é um crime com as nossas crianças, é crime! Elas faltam muito às aulas. Não pensem que é só um sacrifício que elas passam, elas chegam a ficar de noite, no escuro, porque o primeiro ônibus não pega, daí o segundo, quando vai pegar, já é de noite, e elas estão indo embora para casa no inverno, é um horror! Elas faltam muito em função disso. Faltam porque, se chove e não tem ônibus escolar, porque não sei o quê, porque quebra o ônibus; se chove, já não vão à aula, se se atrasam e não pegam um determinado ônibus já não vão à aula, então, cai a qualidade, perdemos jovens.

Então, o tema Quinta do Portal, escola, tem que ser construído. O tema escola da Embratel também, é uma área que o Município comprou, que a Glória colocou em primeiro lugar eu acho que há sete anos; se não foi há sete, foi há seis anos, conquistou a área na Av. Oscar Pereira. Está lá a área, bonita, que eles ficam preservando, limpando, e não está prevista, não foi prevista em 2012. Eu não visualizo se a escola da Embratel está prevista para 2013. Eu gostaria, eu tenho responsabilidade como Vereadora, de poder dizer para a comunidade se está previsto, ou não está previsto, e eu não consigo visualizar e não consigo uma resposta objetiva do Prefeito. Então, não é para dizer: “Bom, estão a Vereadora vai fazer uma emenda colocando a escola. Ah, mas está no OP, ela quer ‘surfar’.” Não, eu não quero “surfar”, eu quero visualizar! Eu quero que o nosso Parlamento fiscalize o que a Cidade priorizou.

Loteamento do Bosque, que é um tema que o Ver. Brasinha sabe, o Ver. Paulinho, vários Vereadores aqui sabem da crise criada na Zona Norte com o Loteamento do Bosque, com a ocupação da área da escola do Loteamento do Bosque. A crise que nós vimos aqui nas galerias lotadas, que desgastou vários Vereadores, e não sei se o Ver. Paulinho não se reelegeu por causa disso também, pela omissão da Prefeitura de Porto Alegre, que já tinha apresentado o projeto da escola numa assembleia de moradores, o projeto arquitetônico da escola. E houve ocupação daquela área, não houve uma atitude firme da Prefeitura, e está lá, a ocupação está até hoje, Ver. Todeschini. A nossa Comissão aqui fez um esforço de mediação porque ninguém quer expulsar morador sem moradia, só que a escola não tem sequer lugar para ser construída. O Loteamento do Bosque conquista, no Orçamento Participativo, a escola e o posto de saúde; a Prefeitura não conseguiu sequer cuidar da área da escola. A Prefeitura fez o projeto, apresentou em audiência pública para os moradores, e está lá. Quer dizer: as crianças pegando ônibus, os moradores indo ao posto de saúde lá na Santo Agostinho, onde tem que ir de tardezinha para, de manhã, conseguir uma ficha. Loteamento do Bosque. Repito aqui: será que nós veremos contemplado, no Orçamento 2013, a Escola Loteamento do Bosque – Escola conquistada no Orçamento Participativo; Escola e posto de saúde cujas áreas já foram conquistadas pelos moradores? Então, bato nessa tecla, chamo a atenção dos Vereadores para fazer não uma pura homologação do que vem do Executivo. Às vezes, o Executivo, nas suas escolhas, não ouve o que a Câmara tem ouvido da comunidade muitas vezes, que desgasta os Vereadores. Eu vou lembrar: o Loteamento do Bosque desgastou os Vereadores, o Ver. Brasinha inclusive, porque ficam entre a cruz e a espada, porque não sabem se compram a causa de quem não tem moradia, ou de quem não tem escola, ou de quem não tem posto de saúde, porque o Executivo se omite, não dá consequência no que é priorizado.

Então, esse é o debate que nós faremos na sequência, levado muito a sério, levado às últimas consequências que este Parlamento pode levar, valorizando a soberania popular conquistada pela cidade de Porto Alegre através do Orçamento Participativo.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h49min.)

 

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